segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Deputada Manuela d’Ávila: fenômeno de votos é fruto do movimento estudantil


Ela tem 29 anos, recém completados. Já foi vereadora, deputada federal e candidata a prefeita de uma grande capital brasileira – Porto Alegre. Reeleita à Câmara dos Deputados com a aprovação de quase meio milhão de eleitores (482.590 votantes), Manuela d’Ávila é mesmo um fenômeno, de público e crítica

Conquistou em 2009 o prêmio “Congresso em Foco” por sua atuação destacada no parlamento. Este ano já está entre os parlamentares indicados que melhor representam a população no Congresso Nacional. Dúvidas de que será destaque?
Em um único mandato, Manu, como é conhecida, conquistou a confiança e simpatia de novos eleitores, de jornalistas que acompanham Brasília e, ainda, dos colegas com mais tempo de carreira. Jorge Bastos Moreno, do jornal “O Globo”, não cansa de elogiar sua graciosidade e, principalmente, sua ética. Dizem que o presidente Lula a comparou com a lua em um comício no Rio Grande do Sul. Fácil entender. Assim é essa política gaúcha que fez escola no movimento estudantil, berço de inúmeros líderes. Em 2003, foi diretora da UNE-Rio Grande do Sul, período em que aprendeu o significado da disputa de opiniões, a conviver e dialogar com a diversidade e pluralidade de idéias. Comunista convicta, militante da União da Juventude Socialista, sempre tem pautado políticas para os jovens. Só para se ter uma ideia, é de sua autoria a lei que instituiu a meia-entrada para estudantes da capital Porto Alegre, além de proposta no Congresso de ampliação do benefício para estudantes de todo o país. E, entre tantas outras, vale destacar a nova Lei do Estágio, já aprovada, que fixa a jornada, regulamenta benefícios dos estudantes, e evita a precarização do trabalho juvenil.

Essa menina-mulher mantém também um blog na internet, no qual expõe opiniões, flerta com variedades e que, até durante a movimentação eleitoral, foi válvula de escape para um mundo doce, mas consciente.

Suas sucessivas eleições para o legislativo mostram um acúmulo de votos considerados fenômeno eleitoral. Você também já disputou um cargo executivo, a prefeitura de Porto Alegre. O apoio que você acabou de receber das urnas te levam a pensar em uma nova disputa daqui a dois anos?
A votação que tivemos mostra que temos o respeito e o reconhecimento do nosso trabalho em Brasília. Nos dedicamos à defesa dos trabalhadores, da juventude e do desenvolvimento, e a confiança que os eleitores demonstraram mostra que estamos no caminho certo. Sobre 2012, ainda é muito cedo para este debate.

Você também foi indicada e recebeu o prêmio por jornalistas ao Prêmio Congresso em Foco, como uma das melhores parlamentares da Câmara. Como você avalia seu primeiro mandato e quais suas propostas para a continuidade na Casa?
Fiquei muito honrada em receber o Prêmio Congresso e Foco. Primeiro por ter sido escolhida pelos internautas numa votação democrática e aberta, em segundo por ter sido a primeira parlamentar do meu estado a ter este reconhecimento. Me lembro quando cheguei a Brasília nos primeiros dias de mandato, tinha que aprender tudo muito rapidamente, nós trocamos o pneu com o carro andando, agora temos muito mais experiência e irei continuar a luta para o Brasil continuar avançando

A sua candidatura é claramente identificada com a juventude. Nessas eleições, alguns candidatos levantaram a proposta de um projeto de lei do protagonismo juvenil, que colocaria o jovem como agente principal do desenvolvimento às vésperas de dois grandes projetos, como a Copa e as Olimpíadas. O jovem ganharia uma bolsa e realizaria ações nas áreas de cultura, esporte e educação. Você acha que um projeto nesse sentido deva entrar na pauta da Câmara? Como enxerga essa ideia do protagonismo juvenil?

A questão da juventude deve ser debatida de forma transversal, ou seja envolvendo as mais diversas áreas como foi o debate do Pronasci. As questões de juventude tem relação direta com saúde, esporte, emprego, educação, ciência e tecnologia. Eu acho que o debate sobre a juventude deve ser realizado de forma ampla no Congresso, envolvendo todas estas ações, inclusive a proposta de protagonismo juvenil e conto com a UNE e a UBES para envolvermos a sociedade neste debate.

Você é uma das mais jovens parlamentares e se aproxima bastante do seus eleitores por meio das redes sociais e um blog. Acredito que deve existir muita curiosidade sobre sua vida pessoal. Qual sua rotina daria? Consegue ter uma vida comum, família, amigos, balada, além da política?
Nós trabalhamos muito, mas ainda busco encontrar tempo para minha família e meus amigos.

Como você avalia sua passagem pela UNE como vice-presidente em 2003? Qual foi a importância dessa passagem para a sua formação política?
Foi uma experiência importantíssima para mim. Na UNE, nós aprendemos a dialogar e debater com todas as forças políticas de forma democrática.

O que anda lendo, último filme e restaurante.
Ainda nem tive tempo de ver minha família, estes últimos dias foram de muito trabalho, muita conversa, muito debate e muita campanha. Espero poder voltar a ir ao cinema em breve.

Via EstudanteNet

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