quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ANPG convoca campanha pelo reajuste das bolsas de pesquisa

Ocorreu reunião da diretoria da ANPG na última sexta-feira (21), no auditório do Museu da República, Rio de Janeiro (RJ), durante as atividades da 7ª Bienal da UNE

Entre as pautas, a diretoria fez uma atualização das suas opiniões acerca da situação política do país, definiu a realização de uma campanha de valorização das bolsas de pesquisa, e deu início à organização do próximo Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos (CONAP).

Participaram da reunião cerca de 30 pessoas, entre diretores da ANPG e representantes de APGs, de pelo menos 10 estados diferentes. No sábado (22), as bandeiras da campanha de bolsas definidas pela diretoria já estavam na rua, compondo o mosaico da Culturata da 7ª Bienal da UNE.

Mobilizações
Sobre o primeiro assunto da reunião, houve um rico debate que apontou a importância da ANPG ter se posicionado favoravelmente à candidatura de Dilma Rousseff no segundo turno das eleições. Ao mesmo tempo, discutiu-se a necessidade de se fazer pressão para que as pautas em prol do desenvolvimento do Brasil sejam atendidas.

Neste sentido, foram reforçadas pautas relativas à Educação e Ciência e Tecnologia, tais como a exigência de reposição dos 600 milhões cortados do orçamento da C&T; a garantia de 10% do PIB para a educação; a quebra do veto de 50% do fundo social do pré-sal para a Educação e importância da destinação desta verba também à C&T.

Durante as discussões, as sinalizações de ajuste fiscal e a dificuldade de negociação do salário mínimo de R$ 580,00 foram apontados como elementos que denotam a necessidade de mobilizações. Esses pontos também foram contrastados com o aumento dos salários dos poderes legislativo e executivo, que no menor dos casos chegou a cerca de 60%.

Campanha de bolsas
O segundo ponto tratado na reunião foi a campanha de bolsas da ANPG. Os estudantes discutiram a necessidade de reajuste do valor das bolsas de mestrado e doutorado, que já estão sem reajuste há três anos, como foco da campanha.

A reunião decidiu organizar um abaixo-assinado pela bandeira definida, assim como pautar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff, para que os pós-graduandos possam apresentar a sua pauta.

A intenção da ANPG é realizar uma caravana com APGs de todo o país a Brasília no momento dessa audiência com o governo. Os textos do panfleto da campanha e abaixo-assinado serão em breve divulgados na página da ANPG.

A campanha de bolsas é uma luta constante do movimento nacional de pós-graduação. No final de 2010 foi realizada uma ofensiva dos pós-graduandos no Congresso Nacional pautando a valorização das bolsas de pesquisa, com direito à proposta de emenda ao orçamento e articulação com deputados e senadores em favor da pauta.

CONAP
O terceiro ponto da reunião foi a realização do próximo Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos (CONAP).

Os diretores presentes definiram prioridade de realização no Nordeste (Pernambuco ou Ceará), mas abriram a possibilidade de realizar o CONAP também no Rio Grande do Sul ou em São Paulo. A decisão final caberá à executiva da ANPG. O indicativo de data é 21 a 24 de abril, coincidindo com o feriado do Dia de Tiradentes, em referência à Conjuração Mineira.

Outra decisão é que o Seminário para debater as Organizações Sociais (OS) será realizado de forma casada com o CONAP.

Informes
Foram passados na reunião informes sobre a atuação da ANPG no Conselho Técnico Científico (CTC), que realiza a Avaliação Trienal da CAPES; sobre o acompanhamento da entidade na comissão do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG); sobre a atuação da entidade nos Conselhos Nacionais de Saúde e de Juventude (CNS e Conjuve). Houve ainda outros informes, como os das atividades das APGs e de outros espaços de atuação da ANPG.

Por fim, foram aprovadas cinco moções, bem como a resolução de que a ANPG defende a quebra do veto da presidência à garantia de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação.


Moções aprovadas

Moção de repúdio ao corte e pela recomposição imediata dos Orçamentos do MCT e do MEC

Moção em defesa da garantia dos direitos trabalhistas nas Instituições Privadas de Ensino Superior

Moção pelo aperfeiçoamento dos instrumentos de avaliação do ensino superior privado no país

Moção de solidariedade às vítimas das enchentes e de apelo ao poder público

Moção em defesa do auxílio moradia aos médicos residentes


Fonte: UNE

Juventude lança "Carta aberta à presidenta Dilma Rousseff"

Durante as atividades da 7ª Bienal da UNE, o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), em conjunto com a Coordenadoria da Juventude do Município do Rio de Janeiro e outras organizações do movimento social realiza o “4º Diálogo Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis”. A atividade fez parte da programação da manhã do penúltimo dia da 7ª Bienal da UNE.

À mesa o secretário geral da juventude do PDT, Darcy Gomes, a professora da Universidade Católica de Salvador, Mary Castro, o presidente do Conjuve, Gabriel Medina, o presidente do CPC da UMES, Gabriel Alves, a antropóloga, pesquisadora e professora da UFRJ, Regina Novaes. O vice-presidente da UNE, Tiago Ventura e dirigentes de juventudes partidárias também estiveram no debate, que tinha como missão elaborar uma carta aberta à presidência da república com as reivindicações da juventude para o próximo período.

“Queremos um lugar para a juventude no plano nacional de desenvolvimento para o Brasil”, afirmou o presidente do Conjuve ao iniciar os trabalhos. A construção da 2ª Conferência Nacional de Juventude, a proposta da UNE no Plano Nacional de Educação (10% do PIB para a área de ensino) estiveram na pauta do “Diálogo”.

Esteve em destaque, a necessidade de que a Secretaria Nacional de Juventude tenha status de ministério, ganhando mais respaldo e financiamentos para a execução das Políticas Públicas de Juventude (PPJs). “É preciso avançar com a Política Nacional de Juventude”, pontuou Darcy Gomes, que representa a juventude partidária no Congresso e sabe bem o que significam as conquistas no legislativo.

“Já são mais de 50 milhões de jovens brasileiros com idades entre 15 e 29 anos”, afirmou participante em sua intervenção defendendo que é preciso sim ter um outro olhar para essa camada da população que, se antes era o futuro do Brasil, agora é o presente. “A juventude é o espelho retrovisor da sociedade”, concordou Regina Novaes, demonstrando que essa população é também um balizador do pensamento da sociedade. “A juventude é mais um canal, por isso é hora de ganhar corações e mentes”.

“Estamos investindo em temas que convergem com aqueles defendidos pelo Conjuve. Muitos pontos da ‘Carta’ com certeza estarão na nossa jornada de Lutas”, afirmou Ventura, convocando às ruas no mês de março todas as juventudes presentes.

Medina afirmou que a juventude está indo às ruas para lutar por seus direitos e por mais conquistas, e tem o apoio dos movimentos sociais. O presidente da União da Juventude Socialista (UJS), André Torkarski saudou a UNE por abrir espaço para o encontro. Ele ressaltou que o documento final produto do ‘4º diálogo’ tem o objetivo de “reunir os pontos em comum com as diversas organizações sociais”. Ele defendeu, por fim, que a “juventude deve ser protagonista” do projeto de desenvolvimento que se desenha para o Brasil.

Mari Castro, por sua vez, declarou que não considera o termo ‘protagonismo juvenil’ o mais adequado. “O jovem é um sujeito político de mudanças sociais. É ele quem vai reinventar o jeito de fazer política”.

Todos defenderam que é grande a expectativa para a 2ª Conferência Nacional de Juventude. “Que seja um espaço de reflexão e debate crítico ampliado com toda a juventude. Isso e é papel de vocês”, provocou Mari ao concluir.

Leia o documento resultante do debate e endereçado à presidenta Dilma Rousseff